domingo, maio 23, 2010

Desabafo

No decorrer do nosso curso, vimos que a atualidade pedagógica, visa à construção do conhecimento pelo aluno, que deixa de assumir uma posição estática, de obediência e inferioridade e torna- se sujeito ativo, participativo e crítico no processo de ensino.
Mas tornar- se um professor mediador, possibilitando todas estas ações não é fácil, não pela relação professor/aluno, mas pela relação professor/professor. Explico: Na segunda- feira, dia 15 de maio passei por situações bem complicadas, diria constrangedoras. Uma colega, pós- graduada na educação,  e com uma vasta lista de qualificações e formações, interveio na minha turma, alegando que os alunos estavam "agitados", que com a professora titular não era assim. Levei um susto muito grande, até então era tida na escola como uma professora com pleno domínio de classe, ou melhor, do poder. Fiquei sem reação... nunca esperava ouvir isto depois de vinte anos de experiência docente.
Em casa refletindo, entendo o que está acontecendo... parei de gritar com meus alunos, deixei de ser a detentora do saber e do poder... e agora em minhas aulas há mais movimento, acho que estou melhorando como professora, pelo menos meus alunos me amam, sei disto.
Possuo uma turma onde 45% dos alunos são repetentes na série e estes numa faixa etária dos 12 aos 15 anos. Venho propondo trabalhos que envolvem muito a comunicação e a interação, isto gera conversa, movimento, até certo barulho. Mas confesso que ando saindo da sala como há muito não saía, com a sensação de "dever cumprido". Olho nas paredes e vejo como as produções estão bonitas, o nosso pbworks evoluindo... Não penso mais em exigir que meus alunos sentem alinhados, em silêncio, recebendo informações minhas, isto não leva a nada. Também não posso querer que meus "adolescentes" digam "amém" a tudo que falo...realmente eles, às vezes, discordam de mim, mas com argumentações muito sólidas e coerentes, não tenho mais a pretensão de ser uma ditadora, obedecida integralmente, enfim com ótimo "domínio de classe".
Então as palavras que ouvi da colega serviram de incentivo para mim, tenho convicção do que estou fazendo e pretendendo com isto, refletindo e repensando constantemente sobre minha prática pedagógica. Bases sólidas não são abaladas facilmente.

Um comentário:

mauranunes.com disse...

Isso mesmo Alexandra! Onde estás hoje é fruto de reflexão constante e transformação, pensada, repensada. Há uma sustentação que envolve tua prática. Mas sabes que isso mobiliza, balança os outros elos da corrente (que sempre estava alinhadinha...), e incomoda também. Faz parte, não é mesmo! Bjs, Maura - tutora do SI