segunda-feira, novembro 29, 2010

EIXO VII- Reflexão 3

Analisando ainda o caso citado anteriormente sobre minha sobrinha em relação ao que vi nas Interdisciplinas do Eixo VII,penso se na Escola não conseguimos levar em consideração as especificidades de uma aluna vinda de uma proposta pedagógica, no caso os ciclos, para uma nova linha, como será esta escola capaz de suprir as necessidades dos surdos e mudos, que vimos em LIBRAS, ou dos alunos da EJA?
Após tudo que vivenciei e pratiquei no PEAD, chego a conclusão de que nosso sistema educacional não está "averto" para novas ideologias, no caso a inclusão. Somos vítimas de um sistema que não prepara- nos para lidarmos com alunos "diferentes", não estamos aptos para lidarmos com as especificidades de cada aluno. Ao invés do planejamento pedagógico estar mais preocupado com os alunos que "não aprendem",limita-se a atender os alunos com desempenho considerado melhor, excluindo assim, alunos com algum tipo de dificuldade, seja física, social, cognitiva.
Vimos na Inter de Didática, que o planejamento deve ser direcionado a comunidade que iremos atender, o que não é real, poucas vezes acontece. O sistema de avaliação adotado na maioria das instituições, não é coerente com novas propostas de ensino.Pude comprovar isto em meu estágio, quando propus um trabalho coletivo, percebi que precisava mudar minha forma de avaliar, tornado este ato cooperativo, o aluno só toma consciência de se desempenho quando se auto avalia, quando seu colega o avalia. Percebi que provas, testes não condizem com o real nivel cognitivo em que o aluno se encontra.

domingo, novembro 21, 2010

EIXO VIII_ O ESTÁGIO=PRÁTICA & TEORIA

Com certeza o estágio foi o ápice em aprendizagem para mim em toda a graduação. Pois tive que aplicar o que aprendi, nas diversas Interdisciplinas, durante o curso. E principalmente precisei estudar a teoria para dar suporte a minha prática.
No inicio foi muito difícil, as dúvidas, a falta de idéias e a insegurança me abatiam, mas felizmente recebi a professora Denise Comerlato como orientadora e nos momentos de incerteza e desânimo, me passava segurança, confiança e incentivo. Percebia na profe um "porto seguro", me dava autonomia para planejar e quando necessário intervinha, sugeria e juntas achávamos o melhor caminho a seguir. Então refletir sobre o estágio sem retomar a importância da participação da professora Denise seria inaceitável.
Quando tive que estagiar, fazia quatro anos que estava afastada da sala de aula, então foi como um reinicio. Confesso que tudo me fascinava, estava com tanta saudade dos alunos, da docência enfim do "Magistério".
Observei que não sabia mais ser a professora de outrora, de antes do PEAD, em primeiro lugar pela proposta da Arquitetura principal, planejei um trabalho coletivo, onde os alunos produziam em muitos momentos sozinhos, sem minha interferência. Aquele planejamento rígido e conteudista deu lugar a  certa flexibilidade. Procurei estabelecer conteúdos mais significativos para os alunos e busquei relacioná-los com a realidade de cada um, como nos projetos sobre a água, poluição, questões estas pertinentes, pois na comunidade existe uma cooperativa de reciclagem. Quando necessário eu parava, replanejava e se necessário voltava tudo, se ainda houvesse interesse dos alunos, explorava mais os assuntos, como no caso do Projeto sobre a água, após o filme, que seria um encerramento, abriu-se um leque novo de conceitos a serem trabalhados. Em todo estágio não consegui realizar nenhum tipo de testagem ou prova, para que?Se meus alunos já registravam o que estavam construindo? Para que estes tipos de registros? Através da avaliação diária das atividades pude perceber o avanço de cada aluno como parâmetro de si e nas fichas avaliativas onde cada aluno avaliou-se e a cada colega de seu grupo, pude perceber a seriedade desta atividade e visualizei a participação real de cada aluno. Enfim pude perceber uma profissional diferente, com novas possibilidades no ensino/aprendizagem.

domingo, novembro 14, 2010

EIXO VII-REFLEXÃO 2

Em minha postagem anterior relatei um fato ocorrido com minha sobrinha em sua vida escolar. Agora quero refletir sobre estes aspectos e minhas aprendizagens no PEAD.
Primeiramente posso apontar o que aprendi neste aspecto em Psicologia, que é o fato de que alguns conteúdos não condizem com o desenvolvimento em que se encontra o aluno, no caso os conteúdos estão além da maturidade da criança.
Em didática vimos que os conteúdos devem ser de interesse da criança, e que o planejamento deve respeitar a realidade dos alunos, a avaliação deve ser um diagnóstico, integral e diária e diferentemente do que está acontecendo, estanque, de forma isolada e não condiz com a realidade;
Em linguagem vimos a importância em se trabalhar diferentes formas de textos para que a criança aprenda a interpretar, o que vemos no caso são conteúdos gramaticais;
Em matemática vimos que para trabalharmos os conteúdos precisamos que a criança já domine os pré-requisitos necessários, o que se vê é que mesmo a aluna não sabendo identificar as frações já foi trabalhadas as operações com as mesmas, também vimos a importância dos materiais concretos o que não foi utilizado com a menina.
Em Estudos Sociais vimos a importância de resgatar a identidade dos alunos e do mundo em sua volta, no caso em evidência segue-se conteúdos sem sentido para a criança, fora de sua realidade e entendimento.
Enfim acredito que o caso demonstre o contrário do que se deve seguir,ou seja, nos deparamos com uma aluna considerada uma tabula rasa, onde são depositados conteúdos e o professor sabe tudo e a aluna deve ouvir e decorar. A escola se preocupa em avaliar apenas o aluno num ato antidemocrático, onde o poder se detém ao professor. Neste caso a avaliação ao invés de auxiliar, se torna um instrumento de seleção e exclusão, alguns vencem outros não. Nem escola como instituição, nem professor são avaliados.

domingo, novembro 07, 2010

EIXO VII-REFLEXÃO 1

Acredito que minhas postagens no 7º semestre começaram a ficar mais significativas e produtivas, talvez pelo meu interesse e prazer no semestre, mas como este mês teremos mais postagens não vou deter-me somente na reflexão do Eixo VII, sempre fomos instigadas a refletir sobre a mudança que o PEAD proporcionou em nossa prática docente. Nem sempre foi fácil realizar esta reflexão, pois às vezes não nos damos conta desta “mudança”.
Mas neste sábado, em uma visita à casa de minha prima, pude perceber que muitas mudanças e questionamentos me inquietaram, minha prima tem uma filha de 10 anos que está na 4ª série (5º ano), até então nunca havia percebido algum problema de aprendizagem com ela, lembro que ganhou um computador e eu baixei jogos pelo Orkut para ela e fiquei surpresa com a facilidade em que se apossou do mesmo, depois recebi muitas mensagens pelo Orkut dela, conversava online comigo, coisa que eu nem havia explicado a ela. Explorou o Orkut e descobriu suas configurações, penso que uma criança assim não pode ter sérios problemas no colégio. Mas que nada! Minha prima em conversa comigo, comentou que havia buscado o boletim da F e ficou surpresa com os comentários que recebeu, tais como:
1º A F. está mal em História e Português, não entende a ordem das atividades;
2º A F. conversa durante a aula e não realiza os exercícios;
Pediu para que eu explicasse uma atividade de tema de Casa que a F não sabia fazer, pois não entendia o conteúdo.
Fiquei surpresa, achava que a menina estivesse muito bem na escola, mas pedi que me trouxesse o caderno para eu explicar a tal atividade. Quando comecei a folhear o caderno percebi que estava tudo certo e dado ótimo e parabéns nos vistos. Mas como???Aterrorizei-me com os conteúdos que estavam sendo trabalhados na área de matemática, no meu entender eram relativos às séries posteriores (5ª/6ª série). Pedi para ver o dito boletim da F. Que susto! Ela estava praticamente reprovada. Para aprovação em duas disciplinas, Matemática e História, precisaria tirar nota 50, mas como se em três trimestres não conseguiu a façanha?
Quando comecei a conversar com a F. sobre a atividade que precisava de explicação, ampliei meu garimpo por seu caderno, constatei que ela não sabia era quase nada do conteúdo (frações), nem sequer reconhecia os termos destas, então cheguei às seguintes conclusões:
3º A criança citada saiu de uma escola da rede municipal de POA, onde estudava em ciclos e foi, este ano, para uma escola da Rede Estadual, onde o funcionamento é em trimestres e a avaliação em notas. É claro, que possivelmente, esta aluna iria precisar de u período de adaptação, só por esta mudança, mas em nenhum momento os responsáveis por ela foram chamados na escola para serem informados de alguma dificuldade da criança. Isto só aconteceu agora, no final do terceiro trimestre, já rumo à realização das provas finais, sem nenhum esclarecimento do que fazer, a escola lava as mãos e os pais é que devem resolver a situação.
4ºAcredito que a aluna converse em aula pelo fato de não entender o conteúdo, não sabe como fazer, não está acompanhando o nível de desenvolvimento exigido e é atropelada por isto.
5ºHouve a reclamação de que ela não entende os enunciados das atividades, mas lhe “enfiaram” conjugação verbal. Meu Deus! Crianças tão imaturas conjugando verbos... Tão complexo e sem sentido para eles. E na área de Matemática estão trabalhando com frações, ou melhor, operações com frações... Frações próprias e impróprias e daí por diante. Trabalhei por quinze anos com 4ª série, errei muito... Mas nos últimos anos penso que o fundamental é ler e interpretar, as quatro operações em seus diversos usos e desenvolver a criticidade dos alunos. O resto irá fluir, o aluno terá condições de se desenvolver.
Sabemos que vamos nos desenvolvendo e descobrindo quando for de nosso interesse e for significativo para nós, não adianta querer que crianças de 9/10 anos decorem mapas, datas,nomes. Isto é cruel.