domingo, setembro 13, 2009

Diversas formas de Linguagemo


Lembro quando realizei uma atividade com meus alunos da EJA em Língua Portuguesa com a T3(5ª série),onde eu queria abordar a linguagem coloquial e a padrão.Trabalhei a letra da música de Adoniran Barbosa:


Samba do Arnesto
Adoniran Barbosa
O Arnesto nos convidou pra um samba, ele mora no Brás.Nós fumos não encontremos ninguém.Nós voltermos com uma baita de uma reiva.Da outra vez nós num vai mais.Nós não semos tatu!No outro dia encontremo com o Arnesto Que pediu desculpas mais nós não aceitemos Isso não se faz, Arnesto, nós não se importa Mas você devia ter ponhado um recado na porta Um recado assim ói: "Ói, turma, num deu pra esperá Aduvido que isso, num faz mar, num tem importância,Assinado em cuspo porque não sei escrever"
Arnesto


Foi uma atividade muito positiva,abordamos as classes sociais,a realidade da época e corrigimos a letra,depois chegamos a conclusão de que com a letra reformulada a música não faria tanto sucesso.

As conclusões foram que o compositor,mesmo quase analfabeto soube expressar-se e a letra da música demosntrou fatores como a classe social deste,a época em que a música foi composta.Mesmo não usando a linguagem padrão o compositor conseguiu se comunicar e a música foi um sucesso na época em todas as classes sociais.
Claro que a atividade não terminou aí,os alunos foram pesquisar a vida do compositor,outras letras deste,o professor de História trabalhou a Linha do tempo,situando os fatos mais importantes da época de Adoniran e assim por diante.
Trabalhar com a EJA é assim,nada se encerra,somente abrem leques,muitos alunos conheciam o compositor,daí vieram os relatos da época e assim por diante o trabalho rendeu mais umas três aulas.

Os professores trabalham interdisciplinarmente e o que dá certo numa disciplina se estende a outra,se há interesse dos alunos os professores não se detém em planejamentos inflexíveis.

Um comentário:

Simone disse...

Olá Alexandra!
É importante trabalhar com os alunos da EJA questões que chamem a atenção deles, que os motivem, para evitar o abandono.
No Parecer CEB 11/2000, Magda Soares diz que "...um adulto pode ser analfabeto, porque marginalizado social e
economicamente, mas, se vive em um meio em que a leitura e a escrita têm presença forte, se se interessa em ouvir a leitura de jornais feita por um
alfabetizado, se recebe cartas que outros lêem para ele, se dita cartas para que um alfabetizado as escreva, ..., se pede a alguém que lhe leia avisos ou indicações afixados em algum lugar, esse analfabeto é, de certa forma,
letrado, porque faz uso da escrita, envolve-se em práticas sociais de leitura e de escrita."
Um abraço, Simone - Tutora sede